ANF
Testemunhos
O meu nome é Catarina Nobre,
tenho 27 anos e vivo em Lisboa. Depois de 4 anos intensos de Associativismo
estudantil nacional e internacional, terminei o Mestrado Integrado em Ciências
Farmacêuticas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa em março de
2018. Estou a trabalhar no Departamento de Relações Institucionais da
Associação Nacional das Farmácias há cerca de dois anos e meio.
Nesta área, é muito importante
estar a par da atualidade política e institucional do sector farmacêutico,
tanto ao nível nacional como internacional, por isso, passo algum tempo a ler
notícias, artigos, relatórios e até legislação, para serem partilhadas, tanto
com outros departamentos como com as farmácias. A monitorização de processos políticos
e legislativos da Assembleia da República ou da União Europeia é uma tarefa
diária, já que ajudam a antecipar o que poderá impactar nas farmácias e a
tornar os seus serviços mais inovadores. Por outro lado, participo nas relações
com os nossos parceiros institucionais do sector farmacêutico (ou outros) e dou
apoio nas iniciativas que visam criar uma maior proximidade entre as Farmácias
Comunitárias e os estudantes e jovens.
Uma das mais-valias acredito que
seja já ter experiência em associativismo estudantil ou jovem. Desde o
planeamento de eventos, a conhecimento de protocolos e stakeholders do
sector, dinâmicas de organizações, divulgação e promoção de iniciativas, é
possível estabelecer muitas semelhanças.
Existem objetivos a longo prazo e
outros que podem ser implementados de um dia para o outro, conforme o momento
político que vivemos. Diria que a persistência e flexibilidade, respetivamente,
são chave para nos adaptarmos a novos desafios, sem nunca esquecer a Missão da
Associação.
Pela área em questão, é relevante
ter algumas bases do funcionamento diário de uma farmácia comunitária, tendo em
conta que trabalhamos todos os dias para que as farmácias consigam ter
ferramentas que lhes permitam reforçar a sua ligação com os diferentes
intervenientes e agentes do sistema, orientando a sua atividade em prol das
necessidades do utente e da sustentabilidade do sistema de saúde.
Ainda assim, acredito que a
personalidade faz toda a diferença para a criação de empatia, sucesso no
trabalho de equipa, bem como a responsabilidade e vontade de aprender. Se acreditarem
naquilo que defendemos no dia-a-dia que, neste caso, é fazer das farmácias a
rede de cuidados de saúde mais valorizada pelas pessoas, têm tudo para ser um(a)
candidato(a) forte.
Sendo o sector das farmácias uma
área altamente regulada, estaremos sempre limitados, não só pelas resoluções de
autoridades da Saúde e decisores políticos, mas também pela morosidade que
estes processos complexos tendem a apresentar.
Os nossos desafios são aqueles
que as farmácias enfrentam, pelo que é essencial destacar as contínuas
restrições orçamentais impostas pelo governo que, consequentemente, afetam o
acesso ao medicamento e impactam os recursos humanos alocados ao sector. Ainda
assim, devemos encarar cada desafio como uma oportunidade para as farmácias se
distinguirem com soluções que aumentem a eficiência e qualidade do seu serviço.
O sector da saúde em Portugal
apresenta vários desafios. As farmácias enquanto centros de prevenção, deteção,
tratamento e inovação, afirmam cada vez mais o seu espaço no Sistema de Saúde, promovendo
a intervenção farmacêutica centrada no doente.
Sou farmacêutica e terminei o
curso na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa em 2015. Este foi um
ano marcante a nível profissional, pois além de ser um ano de Erasmus, estágios
e apresentação de tese foi também o ano integrei o CEDIME, onde atualmente
trabalho.
O CEDIME é o Centro de Informação
do Medicamento e Intervenções em Saúde da ANF e divide-se em 3 áreas:
Intervenções em Saúde, Literacia em Saúde e Informação Técnico Científica.
Atualmente integro a Área de Literacia em Saúde – aqui as minhas principais
funções consistem na elaboração e validação de materiais de apoio à prática
profissional e ainda materiais para utentes sobre saúde e bem-estar. Isto
significa que produzimos documentos temáticos para as farmácias, por exemplo
sobre informações de segurança e uso correto de medicamentos e, paralelamente,
fazemos conteúdos para utentes, com o objetivo de promover o uso responsável do
medicamento, estilos de vida saudáveis e a própria literacia em saúde. É uma
área que pode ser desafiante por ser tão vasta no que diz respeito a temáticas
e implica estarmos constantemente em cima de diversos assuntos. É também uma
área onde o gosto pela escrita e comunicação são essenciais e uma mais valia.
Paralelamente a este trabalho na
área da Literacia, sou a responsável pela Gestão Operacional do Serviço de
Consultas. O Serviço de Consultas é uma área transversal a todo o CEDIME, sendo
constituído por elementos de todas as 3 áreas major. É, no fundo, um serviço de
atendimento telefónico onde recebemos, diariamente, telefonemas de farmácias a
solicitar apoio em diversas questões de âmbito técnico científico, seja um
pedido de um medicamento em Portugal igual a um medicamento de outro país, seja
uma listagem de produtos que possam ser recomendados na gravidez para uma
indicação em particular. É uma atividade altamente estimulante permitindo ter
um conhecimento mais aprofundado sobre diversas áreas da farmácia. Pode ser um
desafio pois implica uma atualização constante, conhecimento de diversas bases
de dados diferentes e capacidade de adaptação. No entanto temos um papel ativo
junto das farmácias e podemos contribuir, de forma mais direta, para que as
farmácias se tornem a rede de cuidados de saúde mais valorizada pelas pessoas.