FIP
Testemunhos
O meu nome é Ema Paulino,
licenciei-me em Ciências Farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da
Universidade de Lisboa em 2001 e sou, de coração, farmacêutica comunitária. No
contexto desta atividade tenho desempenhado vários cargos associativos, sendo
que neste momento, entre outros, sou membro da Direção Nacional da Ordem dos
Farmacêuticos, e membro do Comité Executivo da Federação Internacional
Farmacêutica (FIP).
No âmbito da FIP, mais
concretamente, fui eleita para a posição de Secretária Profissional, sendo que
a minha principal função é coordenar as atividades do Board of
Pharmaceutical Practice (BPP), que congrega os representantes das várias
áreas profissionais farmacêuticas, e representar esta estrutura no Bureau (Direção)
e no Council (Assembleia Geral) da FIP. Esta posição na estrutura implica, por
exemplo, a coordenação da produção de posições oficiais e documentos sobre
vários tópicos, nomeadamente serviços farmacêuticos, e ainda a representação
externa em reuniões com a Organização Mundial da Saúde e outras organizações
internacionais, além de com os próprios membros da FIP, que são as organizações
nacionais como a Ordem dos Farmacêuticos e a Associação Nacional das Farmácias
em Portugal.
Para desempenhar esta função, é
necessário conhecer e saber estabelecer pontes entre as várias áreas de
intervenção farmacêutica, mas sobretudo estar apta para navegar a estrutura
algo complexa da Federação. O meu percurso permitiu-me adquirir este conhecimento,
sendo que comecei por ser coordenadora de Projetos do Grupo de Jovens
Farmacêuticos, depois Presidente da mesma estrutura, Secretária da Secção de
Farmácia Comunitária, e ainda CEO interina da FIP entre outubro de 2017 e maio
de 2018.
Outras características
importantes para exercer este cargo são o gosto pelo trabalho em equipa,
aptidão para consensualizar opiniões, capacidade de organização e planeamento
de projetos e atividades, e disponibilidade para viajar com frequência.
Os desafios que se colocam no
âmbito do exercício desta função prendem-se com a velocidade a que, hoje em
dia, se têm de tomar decisões e produzir documentos e relatórios que espelhem o
contributo do farmacêutico para a melhoria da saúde das populações. Sabemos que
para garantir que a voz do farmacêutico seja ouvida, temos primeiro de estar
sentados à mesa de onde originam as deliberações, mas também de estar munidos
dos argumentos que demonstram o valor da nossa intervenção.
Por outro lado, num mundo
globalizado onde proliferam as formas de interação e as estruturas
associativas, a FIP tem de se reinventar constantemente para continuar a ser
relevante para os seus membros, o que numa estrutura internacional com a sua
dimensão encerra em si mesmo um desafio.
Por último, referir que a FIP tem
um staff permanente de apenas 14 pessoas, pelo que o seu nível de
atividade se encontra muito dependente do envolvimento de membros individuais
nas suas estruturas, através das quais contribuem não só para a produção dos
documentos referidos acima, mas também para o próprio congresso anual e
atividades realizadas ao longo do ano. É assim de crucial importância que a
Federação consiga atrair e reter os melhores talentos internacionais para a sua
estrutura, o que só acontece se o envolvimento for percecionado como uma
mais-valia do ponto de vista do desenvolvimento profissional e pessoal por
parte de quem se envolve.
Sem dúvida que para mim, tem sido
a oportunidade de uma vida.