Eu inscrevi-me no CAD, pela segunda vez consecutiva, pelo gosto que tenho pela farmácia comunitária. Atender o utente é um desafio, é um equilíbrio entre o nosso conhecimento técnico-científico (que deve ser transmitido de forma simples e clara, mas sem perder o rigor profissional) e entre a nossa parte humana e comunicativa, sem nunca esquecer que do outro lado do balcão não temos apenas um caso clínico mas sim um ser humano, que muito provavelmente não está bem física e/ou emocionalmente, e o farmacêutico tem de ter sensibilidade para saber abordá-lo.
O CAD é o concurso com o formato perfeito para colocarmos todas estas skills em prática e, assim, sairmos da nossa zona de conforto e desafiarmo-nos a nós próprios. Na véspera do CAD são-nos fornecidos os grupos farmacológicos que vão estar envolvidos no caso clínico do concurso, sendo que não temos acesso aos fármacos em específicos. Posteriormente, no próprio dia do concurso, temos acesso ao caso clínico 1 hora antes da nossa prestação.
A minha preparação prévia consistiu numa revisão de algumas medidas não farmacológicas que poderiam ser úteis para as patologias que envolviam os grupos farmacoterapêuticos que me foram fornecidos. Com o CAD adquiri a capacidade de saber selecionar a informação científica que é útil e pertinente para comunicar ao utente, de uma forma simples e percetível, adquiri competências de comunicação assertiva, e ajudou-me também a perder o medo de comunicar em público. O PCE foi uma experiência desafiante e com a qual aprendi bastante.
Este concurso, que tem um formato bastante semelhante ao CAD mas a nível internacional, permitiu-me ter a visão de como é visto o atendimento farmacêutico ideal noutros países, e permitiu-me também afirmar que em Portugal somos, orgulhosamente, muito bem preparados a nível académico para saber facultar respostas às necessidades do utente. Relativamente ao IPSF World Congress, estar presente neste evento, para mim, foi uma experiência incrível. Para além da aquisição de novos conhecimentos, como acontece em todos os congressos, neste evento acabamos por ter contacto com estudantes de farmácia dos quatro cantos do mundo, conhecendo assim novas culturas e novas pessoas, que têm algo em comum connosco – a ambição de serem farmacêuticos.
O CAD é uma etapa pela qual todos os alunos do MICF deveriam passar, pois ajuda-nos a crescer enquanto alunos e a preparar-nos enquanto futuros profissionais de saúde. Eu sinto que este concurso permite-nos fazer o elo de ligação entre os conteúdos lecionados na faculdade e o contexto mais real da sua aplicação. Se és aluno do MICF e tens oportunidade de participar no CAD, inscreve-te e verás que vai ser completamente uma mais valia para a tua formação!