“Quando oiço a palavra “Erasmus”, automaticamente sorrio. Lembra-me a melhor experiência
que tive até hoje, sem dúvida. Mal sabia eu, quando embarquei naquele avião para
Nottingham, o que me esperava nos meses seguintes: e não falo só das festas! Claro que o que toda a gente associa a Erasmus são as festas e todas as viagens que se fazem, mas a verdade é que a experiência é muito mais do que isso. As festas e as viagens são importantes, é lógico, e nunca antes eu tinha tido tantas em tão pouco tempo, mas aquilo que realmente me marcou foi o que eu descobri sobre mim e desconhecia: a minha capacidade de adaptação. Tirem-vos a rotina e as pessoas que estão habituadas a ver todos os dias e vocês vão ter de se adaptar. Vão criar novas rotinas, porque vão passar a ir a novos cafés e a caminhar por diferentes ruas, e quando dão por vocês, estão agora a ver algumas das caras novas a quem se apresentaram em inglês cada vez mais frequentemente, cada vez mais dias por semana, até que percebem que eles são mesmo vossos amigos. E passado umas semanas deixam de ter saudades do café onde iam na vossa terra, porque agora gostam mais do lanche que há naquele pub, e deixa de ser estranho conduzir do lado esquerdo da estrada e jantar às cinco da tarde e entrar numa discoteca às dez da noite porque agora vocês pertencem àquele novo sítio, e são felizes. E a magia de Erasmus é mesmo essa, é entregarmo-nos à cidade que nos acolhe por uns meses, é criarmos lá raízes sem que nos apercebamos, e é irmos embora sem dar conta que o tempo passou e regressar a casa tristes por partir, mas orgulhosos daquilo que vivemos e com o coração cheio. Façam Erasmus!”
Entrevista a Gabriela Ribeiro, FFULisboa
Texto produzido por: Sara Alcarpe, FFULisboa