O presidente da Associação dos Estudantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (AEFFUL), Miguel Santos, começa por contar: “O associativismo surgiu na minha vida por mero acaso. Nunca tinha demonstrado um especial interesse nas atividades da associação, portanto não tinha “ganho nome” para referência futura”. Tendo integrado a Comissão de Finalistas do seu ano, porque gostava de se envolver na vida estudantil, sente que terá demonstrado algo que cativou a atenção da AEFFUL’14, ao ponto de o convidarem a integrar a Direção da AEFFUL, no ano de 2015. Desde então, nunca mais saiu. Acima de tudo, acredita que “as mais valias de viver o associativismo são o enorme desenvolvimento de capacidade de trabalho e também a nível pessoal, porque lidar diariamente com pessoas é capaz de ser a tarefa mais complicada do dia a dia”.
Quanto à influência positiva do exercício deste cargo a nível profissional, acredita que passará muito por competências como a gestão de tempo, liderança e pensamento crítico, desenvolvidas enquanto dirigente associativo. Ainda assim, não se sente privilegiado em relação aos seus colegas por ser presidente, considerando que “o que eles adquirem em conhecimento científico, posso, talvez, ter ganho em competências pessoais e versatilidade”. Não obstante, na sua opinião, o que realmente conta é a demonstração de capacidade de adaptação, comprometimento e desenvolvimento de trabalho.
Deste mandato, tendo presente as atividades desenvolvidas, Miguel destaca o “Transformar”, o “Prémio Farmácia Sacoor – Como acrescentar valor à farmácia comunitária” e o Congresso AEFFUL. Elaborando por ordem, o “Transformar” foi a grande atividade do DICAS (Departamento de Intervenção Cívica e Ação Social), juntando a comunidade estudantil para ajudar a Fundação AFID na reabilitação das suas infraestruturas, durante um fim de semana. Por sua vez, o Prémio Farmácia Sacoor trouxe uma perspetiva nova de como funcionam as farmácias e incutiu aos participantes um desafio no tema da gestão das farmácias, que não é muito aprofundado no plano curricular. Por fim, o Congresso AEFFUL, cujo tema foi a vacinação, mudou o seu paradigma exclusivamente científico para passar a incorporar uma vertente mais globalizada, promovendo a discussão nas áreas da ciência, investigação, saúde pública, epidemiologia e farmacovigilância.
De facto, “a AEFFUL sempre se destacou por uma representação externa forte, em áreas muito diversificadas, desde o setor farmacêutico, à ação social, ao desporto universitário, à política educativa no ensino superior”, acrescenta. Paralelamente, a grande panóplia de atividades é também uma característica da associação, “devendo ser reduzida em número, mas não necessariamente em áreas de trabalho”. Neste momento, o Presidente aponta o panorama financeiro como um dos maiores problemas da AEFFUL, estando agora a reerguer-se após um período de notificações fiscais de dívidas referentes a mandatos anteriores. Para o futuro, o maior desafio da associação será a “implementação de um sistema que consiga garantir uma efetividade e rendimento de trabalho progressivamente superior por intermédio da realização de um sistema contínuo de autoavaliação, permitindo gerar dirigentes associativos mais capazes ano após ano”, conclui.
Entrevista a Miguel Santos, Presidente Cessante da AEFFUL
Texto elaborado por: Sara Alcarpe, FFULisboa