Finalmente tinha chegado o momento que tanto ansiava. Estava num avião rumo ao outro lado do mundo. Nem o cansaço de mais de um dia de viagem conseguia retirar o entusiamo de rever algumas caras conhecidas e de finalmente poder conhecer algumas das pessoas com quem trabalhei ao longo do ano. Foram muitas as reuniões por skype, e-mails trocados, conversas no chat e horas de trabalho, que rapidamente deram lugar a sorrisos e abraços apertados. Acabadas de chegar, instalámo-nos e conhecemos as nossas colegas de quarto, duas raparigas da Indonésia, com as quais partilhámos o quarto e as nossas culturas durante o Leaders in Training (programa de formação da IPSF, composto por workshops de soft-skills). Nesses dias de aprendizagem, foram vários os desafios propostos pelos nossos trainers, sempre superados graças ao trabalho em equipa. Quatro dias de formação intensa, mas sempre realizada de uma forma original e criativa, o que me permitiu facilmente absorver o máximo de informação e adquirir novas ferramentas que certamente utilizarei no futuro. Entre os trainings que me despertaram mais atenção destaco o de criatividade e resolução de problemas e outro sobre a aquisição de competências com vista a melhorar a capacidade de negociação.
Se a experiência por terras asiáticas já estava a ser memorável, mal podia esperar pelo inicio do congresso. Chegado o primeiro dia, e aperceber-me da diversidade cultural existente é um sentimento indescritível. O congresso oferece uma experiência enriquecedora tanto a nível profissional como cultural. Como parte do comité de Saúde Pública da IPSF, ajudei na planificação e realização da campanha de saúde pública do congresso. Esta consistiu na sensibilização da população local para a adoção de um estilo de vida saudável, salientando igualmente a prevenção e consequências de algumas doenças (hipertensão, diabetes, cancro, etc.). Imaginem tentarem transmitir esta informação, mas não saberem falar chinês! Apesar da barreira linguística, a ajuda dos taiwaneses integrantes da organização do congresso tornou tudo mais fácil (e claro, um pouco de mimica à mistura também). Durante o congresso realiza-se igualmente a assembleia geral da federação, na qual tive a oportunidade de ajudar como scrutineer, e aumentar o meu conhecimento sobre a IPSF. Para além disso, assisti a alguns workshops e simpósios sobre os temas mais atuais da nossa profissão, aprendendo sobre novos ramos que não são tão explorados durante os nossos estudos.
A vertente cultural do congresso, enriquece ainda mais toda esta experiência. Desde a noite taiwanesa, onde assistimos a performances incríveis e provamos comida local, ao dia da excursão, onde exploramos recantos e monumentos de Taipei, tudo é organizado para que possamos viver a cultura local ao máximo. Mas mais do que a cultura local, num congresso desta dimensão contactamos com culturas e realidades completamente diferentes, que nos fazem repensar estereótipos, aprender tanto e sobretudo a sermos mais tolerantes. No final, apercebes-te que apesar das diferenças culturais, há pessoas que pensam exatamente como tu e com quem partilhas momentos incríveis que ficarão para sempre na tua memória. Foram dias vividos intensamente, ficando a promessa de um reencontro no futuro – “See you Soon!”- a frase mais escutada no último dia.
E tu do que estás à espera? Informa-te sobre as oportunidades que a IPSF tem para oferecer. Seja um congresso, fazendo SEP, trabalhando na IPSF team, acredita que a experiência vai valer a pena!
Patrícia Vasconcelos
Recém-graduada da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto